
Nascido em Lisboa em janeiro de 1973, estudou tecnologia e computação em Stirling na Escócia, tendo feito toda a sua carreira no sector das tecnologias de informação com particular foco nas indústrias de telecomunicações e banca.
Iniciou a sua carreira na Inix s.a. onde esteve ligado ao desenvolvimento de software, mas foi na Novabase, onde esteve cerca de 14 anos, que viu a sua carreira evoluir nas áreas de consultoria e integração de sistemas, acompanhando o dinamismo e crescimento que a empresa registou durante esse período.
Em 2011 foi cofundador da Bring Global, onde é atualmente o CEO. A empresa é uma referência global em consultoria e integração de sistemas num mundo cada vez mais digital, e o projeto, uma história de empreendorismo à escala global.´
Qual o impacto da sua rede de contactos (networking) na evolução da sua Carreira?
Foi e continua a ser vital. A nossa rede de contactos traduz o que fomos vivendo e construindo ao longo dos anos. São os nossos contactos que nos fazem crescer, aprender e onde o nosso caminho ganha significado. Acredito que a carreira é um processo de cocriação, de referências e confiança mútua entre pessoas. O mundo é um lugar muito difícil para travar batalhas sozinho.
Quais os momentos-chave da sua Carreira?
Provavelmente nenhum dos momentos que vou mencionar dado que estes são o reflexo de muitos outros que foram ocorrendo. De qualquer forma, recordo-me bem do difícil processo de reorganização da Novabase em 2002 no rebentamento da bolha das “.com”, da minha ida para Espanha e claro, a criação da Bring como empresa global.
Qual o impacto da pandemia na sua função e na sua equipa?
Na minha função, o início da pandemia foi muito exigente dada a quantidade de atividades que tivemos de reorganizar de forma rápida. Alteramos o modelo de governo, a forma de nos relacionarmos para dentro e para fora, alinhando a empresa em todos os países em menos de 2 meses.
Tivemos impactos positivos como por exemplo, a redução abrupta nas viagens regulares que fazíamos e que nos mantinham fora duas semanas por mês.
Como menos positivo, a falta de contacto presencial foi o mais penalizador. Somos sociais por natureza e os colegas fazem-nos falta.
Considera manter o trabalho remoto a longo prazo? Se sim, porquê.
Acreditamos que o trabalho remoto, total ou parcial, faz parte do presente e do futuro. Está provado que funciona e estamos a trabalhar para conseguirmos um modelo que permita flexibilidade a todos os colaboradores, sem penalizar a cultura. Aguardamos o que dirá a legislação nos diferentes países para ver o que temos de salvaguardar.

Quais os desafios na gestão de equipas em contexto de trabalho remoto?
Para além do isolamento individual e de existirem aspetos relacionados com a cultura de empresa que temos de salvaguardar, não vejo nenhum tema de maior no nosso setor. Confiamos plenamente nas nossas equipas, que já provaram serem capazes de fazer de forma remota, tudo o que fazíamos antes.
O que gostaria ainda de concretizar?
Gostaria de continuar o que estamos a fazer e de continuar a contribuir para materializar o que sonhámos para a Bring no dia em que nascemos. Queremos ser cada vez mais globais e ser incontornáveis no que fazemos. É este o caminho em que acreditamos e que pessoalmente me motiva.
Como equilibra trabalho-pessoal-família?
Com a natural dificuldade de quem tem a minha profissão. Procuro não descurar o lado familiar e ter momentos em família. Durante a semana tenho a vantagem de dormir pouco, pelo que quando se deitam, normalmente começo o turno da noite, onde sou bastante produtivo.
3 conselhos práticos para jovens Gestores.
1) Tomem decisões com motivações verdadeiras e por boas razões.
2) O facto de outras pessoas terem maus princípios não vos obriga a serem más pessoas.
3) Sejam líderes socialmente responsáveis.
As pessoas que confiaram a sua carreira e o bem-estar da sua família em nós, merecem o nosso melhor todos os dias.