Carlos Alberto Alves – Bring Global

Carlos Alves - CEO da Bring

Nascido em Lisboa em janeiro de 1973, estudou tecnologia e computação em Stirling na Escócia, tendo feito toda a sua carreira no sector das tecnologias de informação com particular foco nas indústrias de telecomunicações e banca.

Iniciou a sua carreira na Inix s.a. onde esteve ligado ao desenvolvimento de software, mas foi na Novabase, onde esteve cerca de 14 anos, que viu a sua carreira evoluir nas áreas de consultoria e integração de sistemas, acompanhando o dinamismo e crescimento que a empresa registou durante esse período.

Em 2011 foi cofundador da Bring Global, onde é atualmente o CEO. A empresa é uma referência global em consultoria e integração de sistemas num mundo cada vez mais digital, e o projeto, uma história de empreendorismo à escala global.´

Qual o impacto da sua rede de contactos (ne­tworking) na evolução da sua Carreira?

Foi e continua a ser vital. A nossa rede de contactos traduz o que fomos vivendo e construindo ao longo dos anos. São os nossos contactos que nos fazem crescer, aprender e onde o nosso caminho ganha significado. Acredito que a carreira é um processo de cocriação, de referências e confiança mútua entre pessoas. O mundo é um lugar muito difícil para travar batalhas sozinho.

Quais os momentos-chave da sua Carreira?

Provavelmente nenhum dos momentos que vou mencionar dado que estes são o reflexo de muitos outros que foram ocorrendo. De qualquer forma, re­cordo-me bem do difícil processo de reorganização da Novabase em 2002 no rebentamento da bolha das “.com”, da minha ida para Espanha e claro, a criação da Bring como empresa global.

Qual o impacto da pandemia na sua função e na sua equipa?

Na minha função, o início da pandemia foi muito exi­gente dada a quantidade de atividades que tivemos de reorganizar de forma rápida. Alteramos o modelo de governo, a forma de nos relacionarmos para den­tro e para fora, alinhando a empresa em todos os paí­ses em menos de 2 meses.

Tivemos impactos positivos como por exemplo, a re­dução abrupta nas viagens regulares que fazíamos e que nos mantinham fora duas semanas por mês.

Como menos positivo, a falta de contacto presencial foi o mais penalizador. Somos sociais por natureza e os colegas fazem-nos falta.

Considera manter o trabalho remoto a longo prazo? Se sim, porquê.

Acreditamos que o trabalho remoto, total ou parcial, faz parte do presente e do futuro. Está provado que funciona e estamos a trabalhar para conseguirmos um modelo que permita flexibilidade a todos os co­laboradores, sem penalizar a cultura. Aguardamos o que dirá a legislação nos diferentes países para ver o que temos de salvaguardar.

Carlos Alves

Quais os desafios na gestão de equipas em contex­to de trabalho remoto?

Para além do isolamento individual e de existirem aspetos relacionados com a cultura de empresa que temos de salvaguardar, não vejo nenhum tema de maior no nosso setor. Confiamos plenamente nas nossas equipas, que já provaram serem capazes de fa­zer de forma remota, tudo o que fazíamos antes.

O que gostaria ainda de concretizar?

Gostaria de continuar o que estamos a fazer e de con­tinuar a contribuir para materializar o que sonhámos para a Bring no dia em que nascemos. Queremos ser cada vez mais globais e ser incontornáveis no que fa­zemos. É este o caminho em que acreditamos e que pessoalmente me motiva.

Como equilibra trabalho-pessoal-família?

Com a natural dificuldade de quem tem a minha pro­fissão. Procuro não descurar o lado familiar e ter mo­mentos em família. Durante a semana tenho a van­tagem de dormir pouco, pelo que quando se deitam, normalmente começo o turno da noite, onde sou bas­tante produtivo.

3 conselhos práticos para jovens Gestores.

1) Tomem decisões com motivações verdadeiras e por boas razões.

2) O facto de outras pessoas terem maus princípios não vos obriga a serem más pessoas.

3) Sejam líderes socialmente responsáveis.

As pessoas que confiaram a sua carreira e o bem-es­tar da sua família em nós, merecem o nosso melhor todos os dias.

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