Client: António Horta Osório
Website: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Horta_Os%C3%B3rio
Face value - Essential Lisboa speaks to António Horta Osório, one of Portugal's leading figures in international banking
Face value - Essential Lisboa speaks to António Horta Osório, one of Portugal's leading figures in international banking
O seu primeiro contacto com o Santander acontece sete anos depois. Foi através de um «head hunter», que o contactou quando estava a trabalhar na Goldman Sachs, em Londres, que foi convidado por Emílio Botín, presidente do grupo Santander, e a sua filha Patrícia, para criar um Banco de Investimento em Portugal. António Horta Osório tinha, então, 28 anos, um MBA na melhor escola europeia de gestão, o INSEAD, e quatro anos de experiência no Citibank Portugal. Estava longe de imaginar que, doze anos depois, viria a ser presidente da comissão executiva do Grupo Totta, adquirido pelos espanhóis ao empresário António Champalimaud, entretanto falecido, director-geral do Santander Espanha, o maior grupo financeiro da Península Ibérica, e administrador não executivo do recém-comprado Abbey National Bank.Horta Osório sentiu na altura que poderia ser um desafio extemporâneo, e alguns dos amigos que consultou, aconselharam-no a esperar, mas «como a água não passa duas vezes por debaixo da mesma ponte» aceitou o desafio. «Voltar para Portugal, criar um banco de investimento de raíz, com a minha equipa e o meu “business plan”, com um accionista forte como o Santander, comprometido com Portugal, e 30 milhões de dólares para fazer o banco» era um projecto irrecusável, acrescentou o banqueiro. O Santander de Negócios iniciou a sua actividade em 1993 e logo no ano seguinte a equipa de Horta Osório ganhou o prémio «Euromoney» para o melhor banco estrangeiro a operar em Portugal.
Três anos mais tarde, mudou-se de «armas e bagagens» com a família para São Paulo. O «patrão» do Santander confiava-lhe uma nova missão: gerir o banco de investimento e, ao mesmo tempo, arrancar com a actividade de banca de retalho no Brasil. «Na altura perguntavam-nos se éramos do “Banco Santo André”, o nome de uma cidadezinha perto de São Paulo», relembra Horta Osório. Menos de 10 anos depois, o Santander é o terceiro Banco privado do Brasil e o maior grupo financeiro da América Latina.
Três anos depois de lançado o projecto no Brasil, era hora de regressar, novamente, a Portugal. O Santander acabava de acordar com António Champalimaud a aquisição de 40% da participação de controlo que tinha no seu grupo financeiro, encabeçado pela Mundial Confiança, a que se opôs o então ministro das Finanças Sousa Franco, tendo o caso sido resolvido só depois da intervenção da Comissão Europeia. «Foram meses difíceis», admitiu Horta Osório, que pareceram «uma eternidade». O imbróglio foi desfeito, mas o negócio fechado acabou por ser diferente do inicialmente previsto: em vez de comprar os 40% da participação de António Champalimaud no grupo, que integrava a Mundial Confiança, o Sotto Mayor, o Totta e o CPP, os espanhóis acabaram por ficar com a totalidade do capital destes dois últimos bancos. «Não se sabe como é que teria corrido da forma inicialmente prevista. O que podemos dizer é que esta correu muito bem e tem sido uma experiência muito positiva», concluiu António Horta Osório.
Dever cumprido
Objectividade e ambição na definição de objectivos, muito trabalho, determinação, organização e perspicácia na escolha da sua equipa foram, segundo explica Horta Osório, os mais importantes ingredientes para se sentir, não um gestor de sucesso, mas antes «um gestor bem sucedido». Ter sucesso é, na sua opinião, sentir-se realizado no que se faz. «Gosto muito de gerir e entendo a gestão como como um trabalho de equipa», adiantou Horta Osório.
Tendo vivido em Londres, Nova Iorque, São Paulo e Paris, hoje mora em Lisboa, com a mulher e os seus três filhos, e garante que não conhece outro sítio melhor para viver. Porque tem um clima extraordinário, o Tejo, o mar, a família e os amigos… e muito melhor segurança e transito do que nas outras metrópoles onde viveu. O que lhe falta para tornar-se a cidade «perfeita»? Ser mais cosmopolita, respondeu. Daqui a uns anos, na Europa, pensar-se-á mais em cidades do que em países e Lisboa e Portugal não podem «perder o comboio». A competitividade, sobretudo ao nível da qualificação dos recursos humanos, é, na sua opinião, uma das questões mais urgentes e que não pode ficar esquecida nos programas dos próximos governos.
Horta Osório passa os seus tempos livres em família, a jogar ténis, o que faz duas vezes por semana, e a ler, revistas técnicas ou livros de antiguidades. «Gosto muito de Portugal. Tivemos momentos na nossa história ímpares e não há motivos para não os voltar a ter. Gosto muito da História de Portugal entre os séculos XV e XVIII e as antiguidades que procuro coleccionar e sobre as quais me procuro informar são ligadas à expansão de Portugal, especialmente, pela Ásia», confidenciou o presidente do grupo Totta. Nas férias, que procura desfrutar com a família, de alma e coração e sem interrupções, aproveita para usufruir de outro prazer, o mergulho submarino.
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